quarta-feira, janeiro 26, 2022

Jacques Yves Cousteau - Pai do Mergulho Moderno

 

Quem tem mais de 40 anos com certeza vai se lembrar desse nome e vai acaba associando o mesmo com a Amazônia e o boto cor-de-rosa, sim.... foi esse francês com cara simpática e sempre de gorro vermelho que ajudou a apresentar ao mundo e ao Brasil uma Amazônia que ninguém conhecia. Mas o que muitos desconhecem é que muito, mas muito mais Jacques Cousteau fez pelo mergulho e pelos mares.

Tem uma frase que li em uma reportagem e acredito que ela está entre as frases que definem o "Grand Capitaine" e diz que: "O mundo tem uma dívida com ele", e isso se deve porque Cousteau apresentou ao mundo a vida marinha como nunca antes foi feita, e mais, ele é considerado o "pai do mergulho moderno",  isso porque esse simpático senhor era um inventor de mão cheia, pois ele foi o criador junto com o engenheiro Émile Gagnan o "Aqualung", é um equipamento de mergulho "SCUBA" que consistia num cilindro de ar comprimido e de um regulador de mergulho que supre a necessidade de gás respirável à pressão ambiente.  Graças a essa invenção, todo o mundo submarino começava a ser sacudido, e não foi apenas essa invenção, mas diversas outras invenções - assunto para outro tópico - que revolucionaram o mergulho moderno, permitindo uma exploração muito melhor e mais detalhada dos oceanos. 

Cousteau desenvolveu equipamentos não só como o Aqualung, mas também o uso do rádio na comunicação de mergulho, o compensador de flutuabilidade, desenvolveu em 1959 um submarino próprio para filmagens, com um sistema de iluminação de alta qualidade para a época e uma câmera submarina incorporada, um detalhe, esse submarino em questão lembrava demais o mini submarino utilizado na série "Viagem ao Fundo do Mar" de 1969. 

Mini submarino da série "Viagem ao Fundo do Mar"
Cousteau começou sua vida no mar como pescador e explorador, mais tarde, Cousteau se deu conta de como as pessoas estavam enganadas a respeito dos mares, a idéia de que o mar era infinito, e que por causa disso, ele poderia ser usado como uma fonte inesgotável de alimentos e como depósito de lixo foi rapidamente combatida pelo "Grand Capitaine". A partir daí, Cousteau usou sua influência e popularidade para ajudar a restringir a pesca das baleias e o fim do descarte de lixo nuclear nos oceanos, aliás, há uma história muito interessante sobre esse fato, em 1960, houve uma visita do presidente Charles De Gaulle ao principado de Mônaco, e o mesma estava envolvido em testes nucleares no mediterrâneo, algo que não era nem um pouco bem visto por Cousteau, que é claro, iniciou uma onda de protestos contra isso, para evitar um embaraço diplomático, o presidente De Gaulle pediu "educadamente" que Cousteau fosse mais simpático com a pesquisa nuclear, ao que o comandante deu a seguinte resposta: "Não Senhor, é a sua pesquisa que deve ser mais simpática com a gente!". 


Um grande avanço na carreira e na vida de Cousteau foi o navio "Calypso", um antigo caça-minas da II Guerra Mundial, alugado por 1 franco ao ano, esse navio foi totalmente customizado e reformado, onde foi montado um laboratório completo de pesquisas, além de toda a estrutura para realização de filmagens submarinas, algo que renderia ao mundo imagens maravilhosas de um "universo desconhecido" e com isso a apresentação do mundo submerso, esses filmes renderam a Cousteau a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de "Melhor Documentário" em 1956 pelo filme "O Mundo do Silêncio", baseado no seu livro de mesmo nome outro; de seus livros que também virou um 
filme e rendeu a ele outro Oscar de "Melhor Documentário" em 1964, foi o longa "Mundo Sem Sol". Mas a maior contribuição de seus filmes, foi com certeza a apresentação do mundo submarino e da conscientização das pessoas, suas séries de documentários para TV aberta, como "A Odisséia de Jacques Cousteau" foi um enorme sucesso, pois Cousteau simplificava conceitos científicos e os apresentava ao público de forma simples e clara, criando um gênero televisivo que se tornaria muito popular nas décadas seguintes, uma prévia do que seria o Discovery Channel.




Uma curiosidade, em 1978, a Hanna-Barbera lançou o desenho "Godzilla - O Rei dos Monstros", que mostrava uma equipe composta por: um capitão, uma oceanógrafa e seu assistente, que também era piloto de helicóptero, o sobrinho da oceanógrafa, além de uma versão miniatura do Godzilla, chamado Godzooky, o navio de pesquisas se chamava "Calico", e se observarmos bem, era quase uma réplica do "Calypso" de Costeau, além das histórias girarem em torno da conservação da vida marinha, qualquer semelhança..... 


Em 1982, Cousteau veio para o Brasil para desbravar uma Amazônia que já o encantava e que era desconhecida por todos nós, e essa com certeza, foi a maior aventura de sua vida segundo o próprio Cousteau, mas esse assunto é tão grande que vai ficar para a próxima postagem. 

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