segunda-feira, outubro 29, 2007

Rio Chumbo Quente



Rio Chumbo Quente ( Mc Júnior e Mc Leonardo)


Infelizmente já morreu muito inocente

Nessa guerra deprimente

Onde reina a lei do cão


A decisão para combater vagabundo

Prejudica todo mundo quando é o caveirão

Os Caveiras são treinados para deixar corpo no chão

Os Bandidos sabem disso e trocam tiro de montão

Dizem que a bala é perdida

Mas quem tá perdido é a gente

Salve-se quem puder

Porque no Rio o chumbo é quente


E facilmente várias armas e vários pentes

De calibres diferentes vêm chegando no morrão

Vem munição de toda parte do mundo

Vários tiros por segundo

Lança míssel, granada e rojão


“Pros” menores despreparados cheios de disposição

Para enfrentrar a polícia e o bandido alemão

Traficantes, Governantes, por favor pensem na gente

Salve-se quem puder

Porque no Rio o chumbo é quente.


Vídeos:
Vídeo 1
Vídeo 2

“SL 11:5 O SENHOR prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma.

SL 58:2 Antes no coração forjais iniqüidades; sobre a terra pesais a violência das vossas mãos.

PV 4:17 Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.”

Sucesso no Rio de Janeiro e é claro em todos os bailes “funk”, essa música não só é destaque como já tem os seus respectivos vídeos, que estão disponíveis para quem quiser ver, o que me chama a atenção aqui não é a questão polêmica envolvendo o as forças policias, em específico o BOPE, e traficantes fortemente armados, mas a questão da banalização da violência.


Há um diálogo interessante de Cristo com seus discípulos, em que ele dizia:

“3 E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;

5 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

7 Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

8 Mas todas estas coisas são o princípio de dores.”

Bom, a resposta dada nos dá a seguinte certeza, as coisas por aqui ainda vão piorar muito, mas vamos ao que interessa, que mudança de valores é essa em que a vida humana vale menos que nada e a violência se tornou a forma real de se resolver tudo?

Até a geração passada, a questão de morte era sempre associada às pessoas mais velhas, idosos e doentes, o que se falava sempre era que os mais novos tomariam conta de tudo, que seriam o futuro, hoje devemos nos perguntar se vale a pena pensar no futuro.

O Rio de Janeiro se tornou um símbolo curioso no nosso país, um símbolo do que não queremos, do que esperamos que aconteça e do que não queremos que aconteça, entendeu? Explico:

Um símbolo do que não queremos: o Rio deixou de ser cidade maravilhosa para se tornar uma cidade de fazer inveja a muito filme de faroeste, a violência tomou conta da cidade, e por mais que insistam em dizer que não é bem assim, a verdade dura é que a violência cresceu no Rio como um câncer, alimentado pelas mazelas sociais, politicagens e uma conveniência hipócrita de parte da sociedade carioca que acha que fumar seu “baseado”, cheirar sua “carreirinha” não prejudica ninguém, só alimenta a indústria do crime e do tráfico, a população do Rio vive cercada por traficantes, traficantes rivais, policias, milícias e abandono social. Quem não se lembra da guerra de traficantes que durou mais de uma semana na favela da Rocinha e que até mesmo a polícia estava com dificuldades para resolver? Ou da “temporada de caça aos políciais”?

Do que esperamos que aconteça: bom, o governador do Rio de Janeiro e o Secretário de Segurança Pública declararam “guerra ao crime”, reforçando a polícia, treinando, e mandando seus homens para a guerra, PATAMO, CHOQUE, BOPE, CORE, POLINTER, e outras unidades das polícias militar e civil, entraram nessa guerra para valer, e o que mais se vê nos noticiários são tardes de tiroteio, invasões, táticas de guerrilha urbana, alguns morros já começaram a ver alguma melhoria com tais ações, mas a que preço?

Do que não queremos que aconteça: O número de mortos em cada guerra travada, não para de crescer, ambos os lados se acusam, e muita gente – incluam-se aí vários hipócritas – questionam e acusam a polícia de abusos, mas sou obrigado a concordar com o secretário de segurança pública do Rio, que disse: “O remédio para a violência no Rio de Janeiro é amargo”, será que precisou chegar a esse ponto para poder se fazer alguma coisa?

A Bíblia é clara quando se refere aos “homens amantes da violência”, algo que parece inato ao DNA de cada um, desde os tempos de Caim, os homens se matam e sentem prazer nisso, e com o tempo vão aumentando e melhorando tal “arte”, se olharmos com mais cuidado, tudo se resume a uma só coisa: “A falta de temor a Deus”, pois “ O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre. Sl 111:10”, pois quando se perde o temor aceitando como normal pequenos “pecados”, ou melhor pequenos “deslizes” como dizem muitos, começamos a trilhar o caminho que nos levará à violência e com certeza a morte.

O Rio de Janeiro é um exemplo disso, hoje padece por ter aceitado essas mazelas como coisas normais, aceitado como normal o “baseado”, a roubalheira e por aí vai, que essa lição sirva para a nação e para cada um de nós, do contrário, o remédio poderá ser bem amargo.

Kelsen Pio Belo Coelho