quarta-feira, novembro 29, 2023

Diário de Bordo 13 – Livros de Sobrevivência – 100 Habilidades Mortais

 

                Bom, voltando a ativa depois de algum tempo de inatividade, estou trazendo para vocês uma análise pessoal sobre vários materiais escritos sobre sobrevivência, técnicas de combate, bushcraft, preparação, etc.

            Existe hoje uma grande vantagem, a internet colocou muita coisa à disposição, oferecendo praticamente qualquer material sobre todos os assuntos possíveis, mas aí vem pelo menos 2 problemas:

 

1.      Em meio a tanta coisa publicada, você terá que fazer a separação do “joio do trigo”, pois vou ser sincero, tem muita porcaria publicada, muito material do tipo “Diz Tudo e Não Fala Nada”; publicações no estilo “ctrl+c ctrl+v”, onde um sujeito copia trechos de diversos livros e cola tudo em um único arquivo, mas fica aquela coisa esquisita, parecendo colagem de uma criança no jardim de infância;

2.      Conseguir material de qualidade não é muito fácil, quanto mais aprofundado o assunto é, mais difícil será conseguir um material decente e bem fundamentado sobre o assunto.

 

Assim, vou disponibilizar aqui livros da minha biblioteca pessoal e a minha opinião sobre eles, mas é a minha opinião, a vantagem é que se você não gostar, poderá apagar o arquivo do seu computador.

      


Muita gente já se deparou com várias imagens que parecem saídas de um livro dos anos 1980, a maior parte em inglês, embora tenha algumas imagens em português, mas ainda não consegui essa versão. Trata-se do livro “100 Deadly Skills”, algo como “100 Habilidades Mortais”, do ex-Navy Seal Clint Emerson, com 20 anos de serviço nas forças armadas, Clint escreveu 3 livros sobre técnicas “mortais” (algumas nem tanto assim) para combate, sobrevivência, segurança e espionagem, o autor também publicou mais duas variações desse livro: “100 Deadly Skills: Survival Edition” – “100 Habilidades Mortais – Edição de Sobrevivência” e “100 Deadly Skills: Combat Edition” – “100 Habilidades Mortais – Edição de Combate”.

Só consegui por enquanto os 2 primeiros, ainda estou tentando conseguir a “Combat Edition”, mas vamos lá, o livro é bom? Sim, é um livro muito bom, direto e claro, mas vale aqui a orientação do apóstolo Paulo em I Tessalonicenses 5:1 “ mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.”,  por que? Primeiro que a primeira vista, esse livro não parece grande coisa, pois ele traz uma explicação de uma página, traz um desenho explanando a “técnica” e esse desenho lembra muito algumas publicações feitas no Brasil nos anos 1970, mas isso não desmerece em nada esse livro, ele segue aqui a idéia do “arroz com feijão”, básico, objetivo e direto.


Por exemplo, o primeiro exemplo diz o seguinte:


 Anatomia de um nômade violento

 

            Além do potencial defensivo comum a muitas das habilidades deste livro, há muito que o civil pode aprender com a mentalidade de um agente. Primeiro e acima de tudo, essa mentalidade é definida pela preparação e consciência. Se em território de origem ou sob cobertura mais profunda, os agentes estão continuamente examinando o cenário geral para ameaças, mesmo quando elas não estão visíveis diariamente. Os civis também podem treinar suas mentes em hábitos como explorar rotas de saída em locais lotados, em restaurantes ou construir planos de fuga inesperados. Esse tipo de vigilância permite que um agente confrontado com um perigo repentino tome medidas imediatas.

        Quer esteja atravessando fronteiras, executando vigilância ou eliminando alvos perigosos e desaparecendo sem deixar rastros, o agente clandestino freqüentemente trabalha sozinho. Dado que ele muitas vezes se encontra atrás das linhas inimigas sem reforços, as habilidades de combate e contra-espionagem de um agente são definidas por uma aptidão igualmente sofisticada para avaliação e análise de riscos. Em um mundo cada vez mais perigoso, civis que estão atentos ao risco potencial (particularmente, mas não exclusivamente, quando viajam) estarão muitos passos à frente do população em geral.

 • • •

       O agente também demonstra uma predisposição básica para o anonimato. Cada agente clandestino é treinado para “ficar negro”, operando por longos períodos. períodos de tempo com comunicação limitada junto a seus associados. Operando sob radar, ele pode assumir a aparência externa de um estudante, um empresário, ou um viajante, pois entende que grupos terroristas ou governos das nações anfitriãs poderão estar “de olho nele” durante suas viagens - e que se for visto como um espião e preso, ele será sujeito a detenção e interrogatórios severos. Além disso, como um viajante, ele é vulnerável aos riscos de pequenos crimes e sequestros que se aplicam a qualquer civil que viaje para o exterior. Para combater tais riscos, o operativo adota a “neutralidade” (NOTA PESSOAL: entenda-se aqui, o famoso “gray man” ou “homem cinza”, você tem que passar do comum, para o inofensivo e daí para o invisível, nada em sua aparência pode denunciar sua postura, seu treinamento, sua profissão, sua pessoa, nada pode chamar a atenção), quanto possível. A regra geral é que quanto menos visível for o Nômade, mais seguro.

 



Se você analisar essa imagem, 1 milhão de coisas podem vir a sua cabeça, na minha análise, após ler o texto, entendo que a imagem mostra um homem no estilo "homem-cinza" (Não vou ficar usando o termo "gray man", primeiro porque sou brasileiro e a língua oficial do Brasil é o português, segundo, porque se temos que adaptar todos esses ensinamentos à nossa realidade, fazer o uso correto da língua portuguesa é o primeiro passo). mas que está armado, está com diversos itens de um EDC, conforme a sua necessidade, alguns estão escondidos no tênis, como uma chave de algemas na barra da perna esquerda e uma mini-bússola na barra da perna direita. 

Galera, parafraseando John Rambo no filme Rambo 2, "A melhor arma é a mente!", eu pessoalmente sempre acreditei e continuo acreditando nisso, mas o que isso tem a ver com a história? Simples, não adianta você portar um arsenal dentro das roupas, se você:

    1. Não sabe usar nenhuma arma;
    2. Não tem treinamento de tiro;
    3. Não tem treinamento com lâminas;
    4. Não sabe usar uma bússola;
    5. Está totalmente fora de forma, é sedentário;
    6. Não treina e nem se prepara para nada além da pelada de fim de semana.
           
         Se você se identificou em em algum dos pontos acima, então meu amigo, você só vai perder tempo e dinheiro. Numa situação real, estar cheio de equipamentos, mas sem preparo faz de você um alvo fácil, vai fazer com que você chame a atenção demais e acabe se dando mal.

            Existe hoje um grande abismo nessa questão da preparação e do sobrevivencialismo, muitos acham que isso aqui é coisa de maluco, outros olham e ficam com uma certa dúvida e outros implantam isso. Minha opinião? O ser humano é um sobrevivente por natureza, em maior ou menor grau, a preparação é algo que esteve presente ao longo do desenvolvimento da humanidade, mas que veio se perdendo nas últimas décadas, principalmente com o avanço da tecnologia, o comodismo das pessoas vem atingindo nível impressionantes, e a maior prova disso são as adversidades que vem ocorrendo e pegando a maioria totalmente despreparada, não falo aqui de guerras no Brasil, embora, vivamos vários tipos de guerra por aqui, a violência em alguns estados, principalmente o Rio de Janeiro e alguns estados Nordeste mostram isso, as crises econômicas que vivemos, sejam elas por questões externas ou internas, basta puxar à memória os famosos "planos econômicos", como os planos Bresser, Verão, Collor (esse é clássico), as crises mundiais das bolsas de valores, como as bolsas asiáticas, a "bolha" imobiliária americana, a crise da COVID-19, tudo isso fez com que muitos negócios "quebrassem", muitas pessoas perderam suas economias, seus empregos, casas, tudo. Ao longo da história, a preparação e o sobrevivencialismo voltaram a prática e isso tem crescido. Sinceramente? A Bíblia já avisa sobre isso em algumas passagens, como:

Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio. A qual, não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento.  (Provérbios 6:6-8)

Estas quatro coisas são das mais pequenas da terra, mas sábias, bem providas de sabedoria: as formigas são um povo impotente; todavia, no verão preparam a sua comida; (Provérbios 30:24-25)

         Isso é a versão real da história da formiga e da cigarra, quando o inverno chegou, a cigarra quase morreu! Em algumas versões, ela de fato morreu de frio e fome, então, cada um livre para ter sua opinião a respeito da preparação e do sobrevivencialismo, eu prefiro ser como a formiga.

         Por ter sido escrito por um ex-agente SEAL, que atuou por mais de 20 anos em missões especiais e de contra-terrorismo, é óbvio que esse livro traz muitas orientações para pessoas “em campo” (agentes, militares, especialistas em contra-terrorismo), isso incluí algumas ilustrações “mais pesadas” sobre como agir contra seus inimigos, mas boa parte desse material, boa parte mesmo, pode ser adaptada e utilizada no dia-a-dia de qualquer pessoa, principalmente nos dias atuais.

Existe uma versão desse livro em português, mas eu ainda não a consegui, por isso, estou disponibilizando o pdf da versão em inglês, mas não é nada impossível de se ler e os desenhos são bem auto-explicativos.

Reafirmo, que o ideal quando se lê esse tipo de livro é a prática, o treinamento do que está ali, pois isso vai permitir que você se acostume e corrija possíveis erros, também vai permitir que você adapte o que está ali para a sua vivência.

O link para baixar o livro está logo abaixo.

100 Deadly Skills - Download


Kelsen Pio Belo Coelho

Bússola & Navegação


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