quarta-feira, novembro 20, 2019

Diário de Bordo 3.1 – Hupur 2019, histórias......

          Uma das coisas que posso dizer que aprendi no Hupur 2019 não foi tanto o que se ministrou em oficinas, mas o que ocorreu nos bastidores, nas conversas informais, naquele momento em que alguém chega e pergunta: “Tem um café por aí amigo?” e recebe a resposta: “Pode chegar e sentar, que acabou de sair!”, ou quando você sai andando meio que sem rumo, começa a conversar com alguém, cumprimenta outro, oferece uma ajuda pelo prazer de ajudar, e recebe um convite dizendo: “Senta aqui junto e se serve, acabou de sair um rango nota 10!”, e assim a roda de amigos e conversas só vai aumentando.....


         Esses pontos me lembraram boa parte da minha infância, sem celulares, tablets, PCs, TVs a cabo ou coisa parecida, em que se sentar para conversar com os amigos era algo comum e prazeroso. O resgate de antigas tradições não se refere apenas a questões referentes a Fauna e Flora, mas também a natureza humana, o compartilhar da caneca de café, da sopa de ervilhas com linguiça, da feijoada – essas duas últimas especialidades são uma tradição dos Guerreiros Bushcraft do Rio de Janeiro – da Kafta de carne com queijo cheddar – marca do Bushcraft Brasília – juntam em uma roda ao redor do fogo novatos e veteranos, desconhecidos e conhecidos, alunos e professores, iniciantes nessa arte e gente que já vem há muito tempo praticando e divulgando isso como o Giuliano Toniollo (Mestre do Mato) e o Batata (Guia do Sobrevivente), pessoas que não deixam a fama subir à cabeça e que estão ali, juntos, conversando, rindo, debatendo, compartilhando experiências....





                   Uma das grandes experiências pessoais para mim nesse Hupur, foi encontrar um “irmão de alma”, alguém que eu já nutria uma admiração por seu caráter e pessoa, e lá pudemos conversar com mais calma, e num determinado momento, a palavra certa foi dada, o ombro amigo e irmão foi oferecido, e sou grato a Deus por isso, por ter encontrado meu irmão de alma Ney Oliveira Fagundes, dos Guerreiros Bushcraft/RJ.




             Hupur significa “alumiar com fogo”, a Bíblia afirma em Lucas 8:16 – “E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz.”, acredito que é hora de acendermos nossa luz interior e deixar que ela brilhe, servindo de farol para outras pessoas, não em ambientes “virtuais”, frios e distantes, mas de forma mais humana, onde o compartilhar de uma simples xícara de café faça a grande diferença..... 







          

Fogareiro a álcool caseiro, simples, barato e potente....


               Há algum tempo eu assisti a um vídeo no YouTube sobre como fazer um potente fogareiro a álcool, mas falar é fácil, fazer e colocar em prática é outra história, o vídeo estava no canal do Celso Cavallini – para quem não sabe, um dos grandes divulgadores do Bushcraft e atividades outdoor, que tem apresentado um conteúdo muito bom em seu canal – e ele utilizou duas latas de tamanhos diferentes, uma de café cappuccino e outra de leite condensado, a proposta é que uma lata caiba dentro da outra, tecidos, serra, lixa e álcool, após assistir o vídeo e observar toda a execução, percebi que o modelo feito por ele é semelhante a modelos que já vi sendo comercializados ou fabricados por amigos que gostam de acampar.
            
             



             Decidi então fazer o meu – já que não tinha um, apenas um fogão portátil – mas optei por fazer um modelo maior, que pude armazenar maior quantidade de combustível e ser mais intenso, para isso utilizei um recipiente vazio de gás da Nautika e uma lata de leite NaN, e seguindo o que foi mostrado no vídeo (o link está abaixo), resolvi fazer e testar a minha e para minha surpresa, ela funcionou muito bem, é prática e permite usar uma quantidade maior de álcool.





               Eu utilizei o álcool caseiro comum, mas pode-se usar o Etanol (combustível) também, sendo recomendado um maior cuidado no manuseio. Com menos de meio litro de álcool eu:
   
  •    Cozinhei água para preparar uma panela pequena de arroz;
  •    Cozinhei o arroz;
  •    Fritei bacon e linguiça;
  •    Fervi água para o café e ainda restou álcool no fogareiro.








                Aqui estão os vídeos mostrando o resultado dos testes com esse fogareiro (alguns chamam de espiriteira).....











Conclusões:

  • É prático;
  • É potente;
  • É econômico;
  • Fácil de transportar.


Uma das recomendações do uso desse fogareiro é em ambientes mais úmidos, como a Mata Atlântica, e sai muito mais barato você comprar o etanol para uso, pois a quantidade de água nele é ínfima e funciona melhor em ambientes mais úmidos.


Link: Fogareiro a álcool (Celso Cavallini)