Uma das coisas que posso dizer que aprendi no
Hupur 2019 não foi tanto o que se ministrou em oficinas, mas o que ocorreu nos
bastidores, nas conversas informais, naquele momento em que alguém chega e
pergunta: “Tem um café por aí amigo?” e recebe a resposta: “Pode chegar e
sentar, que acabou de sair!”, ou quando você sai andando meio que sem rumo, começa
a conversar com alguém, cumprimenta outro, oferece uma ajuda pelo prazer de
ajudar, e recebe um convite dizendo: “Senta aqui junto e se serve, acabou de
sair um rango nota 10!”, e assim a roda de amigos e conversas só vai
aumentando.....
Esses
pontos me lembraram boa parte da minha infância, sem celulares, tablets, PCs,
TVs a cabo ou coisa parecida, em que se sentar para conversar com os amigos era
algo comum e prazeroso. O resgate de antigas tradições não se refere apenas a
questões referentes a Fauna e Flora, mas também a natureza humana, o
compartilhar da caneca de café, da sopa de ervilhas com linguiça, da feijoada –
essas duas últimas especialidades são uma tradição dos Guerreiros Bushcraft do
Rio de Janeiro – da Kafta de carne com queijo cheddar – marca do Bushcraft
Brasília – juntam em uma roda ao redor do fogo novatos e veteranos,
desconhecidos e conhecidos, alunos e professores, iniciantes nessa arte e gente
que já vem há muito tempo praticando e divulgando isso como o Giuliano Toniollo
(Mestre do Mato) e o Batata (Guia do Sobrevivente), pessoas que não deixam a
fama subir à cabeça e que estão ali, juntos, conversando, rindo, debatendo,
compartilhando experiências....
Uma
das grandes experiências pessoais para mim nesse Hupur, foi encontrar um “irmão
de alma”, alguém que eu já nutria uma admiração por seu caráter e pessoa, e lá
pudemos conversar com mais calma, e num determinado momento, a palavra certa
foi dada, o ombro amigo e irmão foi oferecido, e sou grato a Deus por isso, por
ter encontrado meu irmão de alma Ney Oliveira Fagundes, dos Guerreiros
Bushcraft/RJ.
Hupur
significa “alumiar com fogo”, a Bíblia afirma em Lucas 8:16 – “E ninguém,
acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas
põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz.”, acredito que é hora de
acendermos nossa luz interior e deixar que ela brilhe, servindo de farol para
outras pessoas, não em ambientes “virtuais”, frios e distantes, mas de forma
mais humana, onde o compartilhar de uma simples xícara de café faça a grande diferença.....