sábado, fevereiro 10, 2024

Diário de Bordo 16 - A Mandioca

Na prática do sobrevivencialismo, onde a preparação para situações extremas e a autonomia são fundamentais, a mandioca se destaca como um recurso valioso na alimentação. Sua adaptabilidade, facilidade de cultivo e valor nutricional fazem dela um componente-chave para garantir a subsistência em cenários de emergência.

A mandioca, também conhecida como aipim ou macaxeira em diferentes regiões do Brasil, é uma planta que desempenha um papel vital como alimento de sobrevivência em diversas partes do mundo. Com suas raízes tuberosas comestíveis, a mandioca se destaca por sua resistência, adaptabilidade e valor nutricional, tornando-se uma fonte essencial de subsistência em muitas comunidades.

Em regiões tropicais e subtropicais, a mandioca é cultivada devido à sua capacidade de prosperar em solos pobres e condições climáticas adversas. Suas raízes contêm amido, carboidratos e uma variedade de nutrientes essenciais, tornando-a uma fonte valiosa de energia. Além disso, a mandioca é rica em fibras, vitaminas do complexo B e minerais como ferro e cálcio.

A versatilidade da mandioca é outra razão pela qual ela é um alimento de sobrevivência tão importante. Pode ser consumida de várias maneiras, desde a preparação de farinha de mandioca até a produção de diferentes pratos, como aipim cozido, purê de mandioca, ou até mesmo a famosa tapioca. A capacidade de armazenamento prolongado das raízes também contribui para sua utilidade como alimento de emergência em situações de escassez.


Além de sua importância nutricional, a mandioca desempenha um papel crucial na segurança alimentar de muitas comunidades. Sua resistência a pragas e doenças, juntamente com a capacidade de crescimento em condições adversas, faz dela uma cultura confiável para agricultores em regiões propensas a eventos climáticos extremos.

Em resumo, a mandioca não é apenas um alimento básico em muitas dietas ao redor do mundo, mas também um recurso essencial para a sobrevivência em comunidades que dependem da agricultura sustentável. Sua adaptabilidade, valor nutricional e versatilidade a tornam uma aliada valiosa em situações de escassez, destacando seu papel fundamental como um alimento que vai além do simples sustento, contribuindo para a resiliência e segurança alimentar de populações em diferentes contextos.

 

Características

 

    1.  Cultivo Resistente: A mandioca é conhecida por sua resistência a condições adversas. Ela pode prosperar em solos pobres e resistir a períodos de seca, o que a torna uma escolha robusta para o cultivo em ambientes desafiadores. Sua capacidade de crescimento em diversas regiões contribui para a autonomia alimentar em situações de isolamento;

   2. Armazenamento Duradouro: As raízes de mandioca têm uma durabilidade significativa quando armazenadas adequadamente. Isso é crucial em cenários de sobrevivência, onde a disponibilidade de alimentos pode ser intermitente. A capacidade de manter as raízes por longos períodos permite o acesso a uma fonte estável de alimento durante crises prolongadas;

3.  Versatilidade na Preparação: A mandioca oferece diversas formas de preparo. Pode ser consumida cozida, assada, frita ou transformada em farinha. A farinha de mandioca, por exemplo, é um ingrediente versátil que pode ser usado para fazer diversos pratos, como mingaus, bolos e até mesmo pães. Essa variedade de preparações aumenta a flexibilidade na dieta durante períodos de escassez;

4.  Rica em Nutrientes Essenciais: A mandioca é uma excelente fonte de amido, carboidratos complexos, fibras, vitaminas do complexo B e minerais. Esses nutrientes são essenciais para sustentar a energia e a saúde em situações desafiadoras, fornecendo os elementos necessários para o funcionamento adequado do organismo;

5. Autossuficiência na Produção de Alimentos: O cultivo da mandioca permite que os praticantes de sobrevivencialismo alcancem uma certa independência na produção de alimentos. A capacidade de multiplicar as plantas a partir de pedaços de raízes faz com que seja possível criar uma plantação contínua, reduzindo a dependência de fontes externas.

 

Características Climáticas da Mandioca

        Veja algumas características que a mandioca possui, com relação à influência do clima sobre seu plantio:

    1. Mandioca consegue reter água em seus tecidos. Dessa forma, não perde água facilmente para o ambiente, tornando-se uma planta mais tolerante à seca;
    2. Com raízes profundas, a mandioca consegue alcançar água em até dois metros de profundidade;
    3. Tolera altas temperaturas radiação solar;
    4. Consegue fazer fotossíntese mesmo com pouca água em sua folha;
    5. Adaptável a diferentes condições climáticas e solo.

 

Produtos Derivados da Mandioca


A mandioca é um alimento super versátil e dela podem ser extraídos vários produtos que servem como base para preparações culinárias saudáveis. Essa multiplicidade está relacionada com a espécie de mandioca, pois as muitas variedades pertencem a apenas dois tipos de mandioca: a mansa e a brava. Vamos explicar melhor a diferença entre elas no tópico abaixo. 

Após ser colhida na terra, a mandioca pode ser vendida em pedaços ou descascada e aí são extraídos vários produtos, são eles: 

  1. Farinha de mandioca convencional - aquela que é encontrada na maioria dos mercados ou feiras; 
  2. Farinha d’água ou puba - a mandioca descascada fica de molho na água e ali ocorre a fermentação. Essa massa é seca e fica mais granulosa, crocante. Mas o sabor e a textura variam de cada produtor e região; 
  3. Tucupi - depois de descascada e ralada, a mandioca é colocada numa prensa chamada tipiti. O cesto cilíndrico é torcido e dele sai um líquido que depois de repousado fica dividido em duas cores. O caldo amarelado é cozido e misturado a ervas e especiarias se torna o tucupi e serve de base para receitas, como tacacá e pato no tucupi;
  4. Polvilho doce - o líquido branco que fica na camada abaixo do tucupi é o polvilho doce, que também tem o nome de fécula de mandioca; esta, por sua vez, é a massa da tapioca e das bolinhas do sagu;
  5. Polvilho azedo - é obtido da mesma forma que a versão doce, com a diferença que essa fécula vai ser fermentada e ficar com um sabor mais azedinho. É a base indispensável para a preparação do pão de queijo;
  6. Grolado ou crueira - são as fibras e pedaços mais duros que sobram após ralar a mandioca. Pode ser consumido como uma espécie de cuscuz de mandioca por ser mais “caroçudo”. Nas imediações das casas de farinha, é também destinado à alimentação dos animais; 
  7. Maniva - as folhas do arbusto da mandioca são fervidas por três dias (trocando a água) e se tornam uma pastinha bem suculenta. Serve como base para a maniçoba, prato típico paraense que leva os mesmos ingredientes da feijoada, mas sem o feijão;
  8. Tiquira - bebida destilada extraída da mandioca, muito comum nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará.


A Espécie de Mandioca para Fritar é Diferente da que Faz Farinha 

 

Conforme mencionamos acima, as diversas variedades de mandioca estão classificadas dentro de duas categorias: mansa e brava.

Os nomes são sugestivos mas fazem todo sentido. As mandiocas da espécie brava apresentam uma grande concentração de ácido cianídrico, que está presente tanto nas folhas quanto nas raízes da mandioca. 

Esse composto químico pode provocar a intoxicação de humanos e animais. Para ser consumida, qualquer parte da mandioca brava deve ser triturada e descansar ao ar livre, o que elimina o ácido.

Já a mandioca em pedaços vendida em feiras e mercados pertence à espécie mansa e não apresenta risco algum para o consumo. 

As duas denominações podem ser raladas, processadas e virarem farinha. Porém, a brava não está disponível para consumo in natura. 

 

Mandioca: O Alimento do Século 21 

 

Motivos não faltam para elencar a mandioca ao posto de alimento tão importante. É preciso entender primeiro o período que compreende o século XXI. A virada de século aconteceu em 2001 e vai até o ano de 2100.

Eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o alimento mais importante do século, a mandioca é cultivada em mais de 100 países tropicais e subtropicais e serve como base de alimentação de mais de 800 milhões no mundo. 

Além disso, o tubérculo se desenvolve bem em solos pouco férteis, requer poucos insumos para o cultivo e tem boa tolerância à seca e aos ataques esporádicos de pragas.

Em resumo, a mandioca é um componente valioso na alimentação sobrevivencialista, oferecendo uma combinação única de resistência, versatilidade e valor nutricional. Integrar a mandioca no planejamento alimentar em situações de sobrevivência pode ser uma estratégia inteligente para garantir uma fonte confiável de alimento em condições desafiadoras.


 

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