quinta-feira, dezembro 28, 2023

Diário de Bordo 15 - Velhos Hábitos Para Novos Tempos - Agenda Telefônica

 

    Alexander Graham Bell, que inventou o telefone, registrou o primeiro modelo em 1876, embora a licença não descrevesse essa invenção como tal. A partir daí, a popularidade dessa invenção correu o mundo, principalmente o dos negócios, que viu ali a chance de elevar o nível dos negócios para outro patamar, algo que realmente aconteceu. Inicialmente os custos dessa invenção eram proibitivos para o público comum, mas como a sua distribuição no meio empresarial, foi uma questão de tempo até as pessoas poderem dispor de um telefone em suas casas, e isso não demorou muito, pois apenas 2 anos depois surgia a primeira lista telefônica do mundo, publicada em 21 de fevereiro de 1878 pela Connecticut District Telephone Company em New Haven, estado de Connecticut, nos Estados Unidos. Ela possuía apenas 50 nomes de empresas, escritórios e demais assinantes que tinham um telefone. Esta lista não continha o número do telefone, mas somente a relação de assinantes.

    Foi em 1880, em Massachusetts que passou-se a identificar os assinantes pelos números de telefone. Em 1883, em Shian De Laomi, no oeste americano, foi editada a primeira lista em páginas amarelas, sendo que em 1886 foi editada pela R.H. Donnelley Company em Chicago a primeira lista classificada, contendo a relação de assinantes ordenados por atividade.

    E finalmente no ano de 1906 a Michigan State Telephone Company publicou um catálogo telefônico contendo a lista de assinantes impressa em papel branco e uma lista classificada, com publicidade dos assinantes, impressa em papel amarelo, formato esse consagrado com o tempo.

    Em 1938 a AT&T encomendou a criação de um novo tipo de fonte, conhecido como Bell Gothic, com o objetivo de ser legível em tamanhos de fonte muito pequenos quando impresso em papel de jornal onde pequenas imperfeições eram comuns.

Agenda telefônica de Steven Spielberg

    Não vou entrar aqui na história das listas telefônicas, mas o principal fato que quero chamar a atenção é que nasceu daí o hábito das pessoas anotarem os telefones que precisavam em papéis, que evoluiu para cadernos, que acabou evoluindo para a agenda telefônica, em tamanhos diversos, durante décadas, era comum que as pessoas fizessem uso de agendas telefônicas, nos mais diversos tamanhos, com o tempo, qualquer agenda ou caderno trazia pelo menos algumas páginas dedicadas ao registro de telefones.


    Com o “boom” da internet no Brasil na década de 1990, a agenda de telefones evoluiu para as agendas eletrônicas, para os assistentes pessoais, depois com o advento dos telefones celulares, a agenda telefônica já estava inclusa, e era uma grande vantagem, você registrava diversas informações ali e bastava escolher o número e clicar para fazer a ligação, uma maravilha! Quem aí iria se preocupar em anotar tudo em uma agenda de papel e ficar carregando ela para todos os cantos? A internet incorporou as agendas, fazendo um “upload” de seus contatos para a “nuvem”, de onde você poderia acessar de qualquer lugar do mundo, tudo a um clique de distância, sempre disponível. Mas não é bem assim que acontece.....

A tecnologia da informação tem 5 pilares básicos de segurança:

1. Confiabilidade ou Confidencialidade: Garantia de que os dados não sofrerão divulgação ou acesso “não-autorizado”;

2. Disponibilidade: Garante que as informações estejam à disposição de gestores e colaboradores para consulta a qualquer momento, assegurando sua acessibilidade.

3.  Integridade: Garantia de que os dados recebidos são verdadeiros;

4.  Autenticação: Garantia de que mensagem é autêntica;

5.  Acessibilidade: Capacidade de controle de acesso somente a quem pode ter acesso.


    É no ponto “Acessibilidade” que entra o problema, diferente do que acontecia com os 1ºs celulares - cuja bateria durava 1 semana, como o famoso Nokia 3320 – as baterias dos celulares atuais não duram nem perto de 2 dias. O telefone celular evoluiu de um aparelho de uso externo, para quase um “marca passo digital”, o celular sepultou diversos hábitos e tecnologias, fazendo inclusive com que a geração atual desconheça coisas comuns até 10 anos atrás e se tornando um “gadget” imprescindível na vida da maioria das pessoas, algumas chegando a serem viciadas em celulares. 

    Recentemente, não apenas o Brasil, como diversos locais pelo mundo sofreram com “apagões” elétricos e eletrônicos, quedas de torres de transmissão de energia, enchentes que causaram isolamentos, rompimento de cabos da internet, guerras, tudo isso levou muita gente a ficar sem comunicação, sem internet e sem celular e como diz o ditado: “não há nada tão ruim, que não possa piorar”, e mesmo que isso não tenha acontecido com você, com certeza esta situação aqui lhe é familiar: a bateria do seu celular acabou, num momento ruim, onde você não tinha um carregador, ou você estava num local sem tomada, e nesse momento, você, assim como muita gente, precisou de algum telefone ou dados do seu contato, como o endereço ou o e-mail, e por não ter conseguido isso, você teve algo entre aborrecimentos e/ou problemas por não ter acesso a um dado simples.

    Sei que pode parecer ridículo, mas se você analisar todo o contexto, você já parou para pensar que todas as suas informações, sejam pessoais ou profissionais, estão contidas em um dispositivo eletrônico, com uma bateria “sem-vergonha” que não dura mais de 40 horas com uso contínuo, que pode te deixar na mão a qualquer momento, mesmo que você esteja “dando carga” nele, não é arriscar muito? Não? Pois bem, há 10 anos se alguém te perguntasse: “Qual é o número da sua conta de banco?”, muita gente falaria isso de cor, hoje com o advento dos aplicativos de banco e a facilidade dos “bancos digitais”, quantas pessoas sabem de cor a sua conta do Nubank ou do Banco Inter?

    Sinceramente? Voltar a fazer o uso de uma agenda de papel é o mais prudente em minha opinião, em maior ou menor grau, as possibilidades de problemas ou desastres existem e tem acontecido em um número maior de vezes. Se todos os seus números de contato, endereços e outros dados estão apenas no seu celular ou na “web”, então você está se arriscando muito, ter um plano “B” é o princípio da prudência, se você não pensa assim, é bom rever seus conceitos.

    Sei que muitos vão questionar aqui a questão de importância ou segurança dos dados colocados em uma agenda, é óbvio que você não deve anotar suas senhas em uma agenda, mas manter sua lista de contatos em separado é melhor, se for o caso, você pode até transportar sua lista de contatos do Google para um aplicativo e depois imprimir o mesmo, mas reforço, ter acesso a seus contatos ou outras informações em uma situação de pane, pode ser a diferença entre a vida e a morte!

 

 

 

 

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