domingo, março 10, 2019

Escolhas






Domingo, 10 de Março de 2019


            Eu  amo a música, estudo, toco, pesquiso e sempre gostei de livros e filmes biográficos sobre artistas, estilos de músicas, história musical, épocas, etc... há algum tempo os filmes biográficos sobre grandes artistas e bandas tem se tornado mais frequentes, filmes como: “Bird”, “Chester Thompson – A Lenda do Jazz”, “Cazuza – O Tempo Não Para”, “Somos Tão Jovens”, “Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Eu Dei”, entre outros, e recentemente, o premiado “Bohemian Rhapsdoy”, falando da história do Queen e principalmente, a história do vocalista Freedie Mercury.
           
            Bom, para mim, foi inevitável uma certa comparação entre: “Cazuza – O Tempo Não Para”, “Somos Tão Jovens” – que aborda um pouco da história da Legião Urbana – e Bohemian Rhapsody, são filmes biográficos muitos bons, embora acho que o filme sobre a Legião Urbana e Renato Russo seja o mais fraco e mereça um trabalho melhor, ele não perde seu mérito. Mas algumas coisas me chamaram a atenção: a genialidade dos protagonistas, Cazuza, Renato Russo e Freddie Mercury eram excepcionais em seus trabalhos, em suas composições, na ousadia, nas palavras, na poesia, fosse um Cazuza com músicas de letra forte e de cunho social que até hoje são atuais, ao trabalho de Renato Russo e Freddie Mercury, compondo músicas que levaram rádios e gravadoras a loucura, por ultrapassarem os limites impostos, pois “Faroeste Caboclo” tem 09min04seg (9 minutos e 4 segundos) de duração e Bohemian Rhapsody tem 05min55seg (5 minutos e 55 segundos) de duração, e foram criticadas de início, mas se tornaram clássicos e bateram recordes de execução nas rádios, não há como negar a importância da obra desses artistas, mas o principal ponto que quero abordar aqui é outra coincidência macabra entre eles, todos os 3 foram vítimas da AIDS.




            Parece existir uma certa maldição que envolve o meio artístico, pois não apenas eles, mas outras grandes artistas, quando em início de carreira e em meio ao sucesso, acabam se permitindo fazer escolhas ruins, vícios em álcool e drogas,  e tudo sempre segue o mesmo enredo, artistas que eram notórios, começam a decair, pessoalmente e profissionalmente, não cumprem compromissos, atrasam seus trabalhos, e pior, muitos jogam no lixo todo um legado duramente construído, quantos artistas não seguem esse caminho e terminam com a notícia de sua morte, seja por overdose ou suicídio? No caso dos três, ambos foram pegos pela AIDS. Não vou aqui discorrer sobre as opções sexuais deles, mas é um fato, que o vício em drogas e o descuido no compartilhamento de seringas foi um fato.

            O que surpreende é o porquê dessas escolhas? Todos eles lutaram por seu espaço no meio artístico, para gravar, para compor, e quando tinham isso em mãos, infelizmente se permitiram envolver com coisas que nada acrescentaram em suas vidas, em suas carreiras, acabaram decaindo em suas produções musicais, isso é um fato para todos eles, e coincidência ou não, logo após a descoberta da doença, todos eles começaram a retomar seu trabalho, sua música, produzindo muito material, pois sabiam que não ficariam muito tempo vivos, é uma pena que esse pensamento, esse arrependimento tenha vindo tarde, fico pensando como seria se esses artistas entre outros, estivessem vivos hoje, já pensou o que poderiam ter produzido? O que poderiam ter feito? É uma pena que nunca vamos descobrir isso, a Bíblia afirma que “....tudo o que o homem plantar, certamente colherá...” (Gl 6:7b), não há como fugir disso, não há como fugir das consequências de nossas escolhas!

Kelsen Pio Belo Coelho

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