quinta-feira, dezembro 15, 2016

Sementes Plantadas.....




Acho que muitos não vão entender a princípio a minha postagem, não pretendo fazer menção aqui a igreja Renascer em Cristo, ou aos seus líderes - o casal Hernandes - nem as polêmicas em torno disso, mas apenas um consideração minha a respeito do trabalho do filho do casal, Fellipe Daniel Hernandes, ou como era conhecido Bipo Tid, mas eu conheci o seu trabalho ainda quando era apenas Tid Hernandes. Eu estava trabalhando e ouvindo a banda Petra, quando li na Web sobre a morte dele, que partiu para os braços do Pai hoje, dia 14/12/2016.
Deus em sua sabedoria e ensinamento, mostra que todos somos falhos e isso é um fato que não irá mudar, mas que quando colocamos nossas mãos e sonhos em Deus, ele opera maravilhosamente através deles, através de nós. Nunca conheci pessoalmente o Tid, mas acompanhei um face muito , mas muito importante do seu trabalho, para quem não se lembra ou não sabe, a Igreja Renascer em Cristo assumiu a antiga Rede Manchete, e introduziu um farta programação cristã, e através dessa programação, o termo "gospel" foi cunhado com força no Brasil, tivemos por um período a nossa "MTV Gospel", diversas igrejas tinham seus programas na emissora, principalmente aquelas voltadas para o público jovem, bandas como Oficina G3, Resgate, Katsbarnea, Kadoshi, Troad, Petra, Steven Curtis Chapman, Amy Grant, Michal W. Smith, Petra, davam as caras fora do eixo Rio-São Paulo, era tanta novidade, tanta informação a ser absorvida, que tudo parecia sempre novo, vieram também os famosos festivais "SOS da Vida" e a "Marcha Para Jesus", o programa Clip Gospel foi o principal programa de divulgação da música gospel pelo país, tanto o Clip Gospel, quanto o SOS da Vida tinham o dedo, ou melhor, as mãos do Tid, não apenas por uma questão técnica-paternal, mas era fácil perceber a cabeça jovem por trás de tudo aquilo, ideias bem inovadoras que a princípio chocaram muitos, mas que com certeza abençoaram toda uma geração, se hoje a música gospel tem o seu valor e espaço, deve-se a esse trabalho realizado pelo Tid, hoje passados mais de 10 anos, colhemos os frutos desse trabalho.

Hoje, Tid está descansando, junto ao Pai, cantando e tocando, e o fará por toda a eternidade, seu legado por aqui não será apagado, seu trabalho gerou e vai gerar frutos.....,, pode-se dizer dele  as palavras de "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé! (2ª Tm 4:7)", descanse em paz Tid.

Kelsen Pio Belo Coelho

segunda-feira, janeiro 11, 2016

Renato e Bowie - A Tempestade e Lázarus





Esta manhã acordei com uma notícia, primeiro foi a morte do camaleão do rock David Bowie ontem, dia 10/01/2016, bom há pouco tempo, Bowie lançou um vídeo-clipe da música “Lazarus”, onde o cantor brincava com a questão da sua morte, o que de fato se tornou a sua obra de despedida, mas a lembrança maior que me veio foi durante o lançamento do CD “A Tempestade”, da Legião Urbana, onde o vocalista Renato Russo, já diagnosticado com Aids, trabalhava em seu último CD, com canções que já mostravam seu estado e sua certeza de morte, na minha opinião, ambos ícones, é inevitável falar que Renato ouviu e aprendeu muito com Bowie, e isso se refletiu com certeza no trabalho da Legião Urbana. Bowie não foi chamado de “camaleão do rock” à toa, foi um revolucionário, com suas músicas, letras e estilos, que não permitia que o rock caminhasse para um marasmo, uma repetição, Renato fez o mesmo por aqui, pena que problemas com a mídia, gravadoras e alguns setores da imprensa, não deram à banda uma maior e mais merecido reconhecimento – o episódio do quebra-quebra no show de Brasília em 1988 é um exemplo de como isso gerou uma mágoa entre a banda e Brasília – mesmo que tardio.
         A música “Lazarus” de Bowie, acaba fazendo referência à passagem bíblica de João 11, onde Cristo ressuscita o irmão de Marta e Maria, Lázaro, que já estava morto há 3 dias, no clip, Bowie brinca com a questão da morte, mas diversos momentos mostram uma pessoa que parece gritar aos céus por um milagre, por algo que o “ressuscite” e de a ele uma nova vida, e momentos que lembram o grande Charles Chaplin, mostrando um artista lutando para terminar sua obra a todo e qualquer custo, o desespero por ter um apagão de idéias, e no final, se recolher para o fundo solitário e escuro de um armário, finalizando ali sua caminhada.
         Parece que assim como Renato, Bowie já havia aceitado sua condição final e apenas esperava o que lhe parecia – e foi – inevitável, a morte, ambos deixaram sua marca na história da música, e em várias gerações, a história dará a eles o seu reconhecimento, que suas partidas sejam seus últimos solos para a eternidade. Descansem em Paz.

Kelsen Pio Belo Coelho