sexta-feira, julho 03, 2009

Noção ou Perseguição?

A Fifa repreende comemoração religiosa do Brasil na África

Agência Estado

Publicação: 01/07/2009 20:32 Atualização: 01/07/2009 20:45


Zagueiro Lúcio exibe camisa com nome de Jesus - (Siphiwe Sibeko/Reuters)
Zagueiro Lúcio exibe camisa com nome de Jesus
A comemoração do Brasil pelo título da Copa das Confederações, na África do Sul, e o comportamento dos jogadores após a vitória sobre os Estados Unidos causaram polêmica na Europa. A queixa é de que a seleção estaria usando o futebol como palco para a religião. A Fifa confirmou à Agência Estado que mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, já que a manifestação ocorreu após o apito final.

Ao final do jogo contra os EUA, os jogadores da seleção brasileira fizeram uma roda no centro do campo e rezaram. A Associação Dinamarquesa de Futebol é uma das que não estão satisfeitas com a Fifa e quer posição mais firme. Pede punições para evitar que isso volte a ocorrer.

Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes da Europa. Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo. Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir o Brasil.

"A religião não tem lugar no futebol", afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi "exagerada". "Misturar religião e esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso em si. Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora", disse o dirigente ao jornal Politiken, da Dinamarca. À Agência Estado, a entidade confirmou que espera que a Fifa tome "providências" e que busca apoio de outras associações.

As regras da Fifa de fato impedem mensagens políticas ou religiosas em campo. A entidade prevê punições em casos de descumprimento. Por enquanto, a Fifa não tomou nenhuma decisão e insiste que a manifestação religiosa apenas ocorreu após a partida. Essa não é a primeira vez que o tema causa polêmica. Ao fim da Copa do Mundo de 2002, a comemoração do pentacampeonato brasileiro foi repleta de mensagens religiosas.

A Fifa mostrou seu desagrado na época. Mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã do mundo de comemorar à sua maneira. A entidade diz que está "monitorando" a situação. E confirma que "alertou a CBF sobre os procedimentos relevantes sobre o assunto". A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final. E as leis apenas falam da situação em jogo.

Ao ler essa reportagem, minha primeira reação foi a de indignação com a posição da FIFA sobre o assunto, e pelo que foi relatado, parece existir uma certa implicância com a Seleção Brasileira, refletindo um pouco mais, deixei a indignação de lado para começar as minhas indagações, a alegação da FIFA teria alguma razão? Bom, alegar que futebol e religião não podem se misturar tem um certo sentido, se olharmos a questão dos radicalismos, mas porque proibir a gratidão das pessoas a Deus, aliás, o personagem central de toda a comemoração, não se falou ali em religião, mas em Deus, em Cristo, conhecido mundialmente, então como separar a questão da comemoração em gratidão a Deus do futebol? Se olharmos pelo lado da alegria, da vitória, reconhecer e agradecer a Deus por tudo que foi feito até ali é a expressão de felicidade de cada um, cada jogador sabe o que passou para chegar até aquele momento, como dizer para não agradecer ao "Ser Maior"? Se olharmos pelo lado humano, como exigir que se proíba a manifestão da gratidão? Quer dizer que pode-se correr semi-nu diante de milhões de pessoas, dançar, rolar, pular, fazer gestos divesos - muitos de caráter duvidoso e questionáveis - mas ser grato a Deus não? Ou seja, cada jogador deixará fora do campo sua "essência", seu "espírito" - talvez os deixem no armário do vestiário - e irão jogar? Se alguém conseguir tal feito, é melhor sinceramente não entrar em campo, pois como é que se joga incompleto? A resposta é simples, não se joga!

Acho que FIFA deveria se preocupar com assuntos mais importantes como a violência, as transações milionárias e duvidosas, o "apartheid" que existe no futebol, afinal clubes europeus tem sempre mais vantagens e preferências em relação ao resto do mundo. E falta aos diretores do respectivo órgão - cristãos em sua maioria, pelo menos é o que dizem - saber que nínguem impede a glória e o louvor a Deus!


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