sexta-feira, outubro 28, 2005

Coisas do Referendo

O Brasil teve uma certa supresa com o resultado do referendo sobre o comércio de armas de fogo, não me refiro ao fato de a opção pela manutenção do comércio ter ganho com quase 70%, o Governo do "Companheiro" resolveu dar uma "Poncio Pilatos" e jogar a responsabilidade pela "guerra urbana" em que vivemos nas mãos dos cidadãos, tentando se eximir de sua responsabilidade, muito até estão alegando que o povo não soube votar, não entendeu direito, enfim, toda aquela conversa de perdedor inconformado, mas a grande supresa está aí, a maior conseqüência indireta do referendo foi o debate popular, as pessoas nas ruas, locais de trabalho, escolas e nos seus lares, debatiam a favor e contra, mostravam sua opinião, debates realizados em colégios, ginásios, sedes de jornais tiveram uma grande participação, com argumentações efusivas, enfim, dizer que o brasileiro não sabe o que fez é uma total irracionalidade, o povo está tomando uma consciência maior do seu papel na condução do país.

Com base nestes dados, pelos menos 42 novas propostas estão sendo levadas para um possível novo referendo, questões como: aborto de anencéfalos, casamento gay, pena de morte, entrada do Brasil na ALCA, legalização do aborto, redução da maioridade penal e outros estão sendo desengavetados no congresso, e preparados para consulta popular, o problema seria que submeter tantos assuntos a referendo geraria um custo muito alto se fossem feitos um a um, há propostas para que muitos destes assuntos sejam unidos em apenas um referendo, ou seja, talvez em breve teremos debates e campanhas mais acirradas sobre assuntos polêmicos, maiores pesquisas serão feitas, tabus serão quebrados e pontos de vista serão confrontados, religião X ciência, vida X morte, abertura de mercado, etc., alguns dizem que o país não tem como referendar esses assuntos, outros dizem que o referendo é um dos maiores exercícios de democracia existentes, enfim, o Brasil deu um grande passo com o último referendo, sua população mostrou que sabe o que quer e melhor, que sabe cobrar o que lhe é direito, sinceramente, seria isso o começo de uma "nova esperança"? Só o futuro dirá.

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