Olá a todos! Quem é concurseiro - assim como eu - sabe do grande problema que enfrentamos, estudamos, dedicamos tempo aos livros, cursinhos, rodas de estudo, perdemos noites de sono e finais-de-semana, tudo na expectativa de passar no tão sonhado concurso e alcançar a estabilidade - algo que hoje ainda é na minha opinião a grande pepita de ouro do serviço público - mas após tanto esforço, sempre ocorre o mesmo problema: quase ninguém é nomeado, concursos são prorrogados e a situação perdura, o motivo? O festival de apadrinhados - os chamados cargos comissionados - nos órgãos públicos somados a total falta de interesse e acordos políticos, e assim caminha o país, mas sempre quando a mídia opta por criticar o funcionário público, somos vistos como vagabundos que não fazem nada - sei disso pessoalmente, sou funcionário público e lido com isso diariamente - mas a mídia não investiga a real situação dos órgãos, se o fizesse, descobriria que são os servidores de carreira que em sua maioria - óbvio que sempre tem alguns que não querem nada - que tentam prestar o melhor serviço para a população e para o país, o Correio Braziliense publicou uma matéria muito interessante sobre o assunto, e devo destacar que mesmo com a nova lei que obriga o órgão a nomear todos os aprovados dentro do número de vaga, a situação ainda não mudou muito, cabe a cada um nós continuar lutando, organizando, cobrando de todas as formas para reverter essa situação.
Concursados não conseguem assumir vagas, ocupadas por apadrinhados
(Foto: Kleber Sales/CB/D.A Press)
Simone Kafruni – Do Correio Braziliense
A farra dos concursos tem levado até as últimas consequências,
diretamente às portas da Justiça, o sonho de muitos brasileiros de ter
estabilidade no emprego e receber salários acima da média do mercado. O
problema é que os órgãos públicos abrem vagas, criam expectativas nos
concurseiros, que investem tempo e dinheiro para serem aprovados e
depois não conseguem ser nomeados.
Apesar dos gastos exorbitantes com as bancas examinadoras, que desde 2011 somam R$ 400 milhões apenas no âmbito do governo federal, os concursos não oferecem a mínima segurança de contratação aos aprovados: o preenchimento das vagas esbarra no interesse de que correligionários ou apadrinhados políticos ocupem os cargos — que deveriam ser dos concursados — como terceirizados ou comissionados.
O caso do Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF) se tornou emblemático. A entidade nomeou 117 inscritos no último processo seletivo, realizado em 2011, para o qual foram abertas 200 vagas. Mas apenas 76 aprovados foram efetivados. “Infelizmente, isso acontece, e não é de agora. Muitos só são empossados ao fim do prazo de validade da seleção. Isso quando conseguem assumir”, disse o presidente do Gran Cursos, José Wilson Granjeiro.
Na opinião de Granjeiro, um dos problemas que emperram as posses é o contingente excessivo de cargos comissionados. Só no Procon-DF são 162. “O número é três vezes mais que o de funcionários efetivos. Isso é uma afronta a todos os concursados e àqueles que querem servir. O percentual de comissionados em cada órgão deveria ser de, no máximo, 10% do quadro de servidores”, avaliou. No Poder Executivo Federal, existem 22 mil comissionados, de acordo com o Ministério do Planejamento. Há 650 mil funcionários públicos civis na ativa.
Apesar dos gastos exorbitantes com as bancas examinadoras, que desde 2011 somam R$ 400 milhões apenas no âmbito do governo federal, os concursos não oferecem a mínima segurança de contratação aos aprovados: o preenchimento das vagas esbarra no interesse de que correligionários ou apadrinhados políticos ocupem os cargos — que deveriam ser dos concursados — como terceirizados ou comissionados.
O caso do Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF) se tornou emblemático. A entidade nomeou 117 inscritos no último processo seletivo, realizado em 2011, para o qual foram abertas 200 vagas. Mas apenas 76 aprovados foram efetivados. “Infelizmente, isso acontece, e não é de agora. Muitos só são empossados ao fim do prazo de validade da seleção. Isso quando conseguem assumir”, disse o presidente do Gran Cursos, José Wilson Granjeiro.
Na opinião de Granjeiro, um dos problemas que emperram as posses é o contingente excessivo de cargos comissionados. Só no Procon-DF são 162. “O número é três vezes mais que o de funcionários efetivos. Isso é uma afronta a todos os concursados e àqueles que querem servir. O percentual de comissionados em cada órgão deveria ser de, no máximo, 10% do quadro de servidores”, avaliou. No Poder Executivo Federal, existem 22 mil comissionados, de acordo com o Ministério do Planejamento. Há 650 mil funcionários públicos civis na ativa.