segunda-feira, setembro 15, 2008

Ícone? Qual o seu fruto?

Há algumas semanas, um grande "ícone" - ainda sou acostumado a relacionar ícone com computação - da música pop completou 50 anos, Michael Jackson veio do nada e soube fazer o seu caminho, mas em algum momento se perdeu! Sua história não foi fácil, com uma infância difícil e um pai severo e repressor, Michael junto com seu irmãos conseguiu romper barreiras, fossem sociais, raciais ou econômicas; fenômeno absoluto, o grupo Jackson 5 foi fenomenal, presença constante na mídia, chegaram a ter um desenho animado produzido, já na década de 70, Michael já dava seus primeiros passos na carreira solo, o auge veio com a parceria junto a Quincy Jones, primeiro com "Of The Wall" e depois com o sucesso Triller - mais de 110 milhões de cópias vendidas no mundo, teve 8 de suas músicas nas paradas da Billboard, esteve em primeiro lugar nas paradas por 8 meses seguidos, etc.. - não há como negar, que Michael Jackson atingiu seu auge, mas junto ao sucesso, vieram os problemas, boatos, esquisitices, manias que chocaram a muitos e permitiram todo o surgimento de boatos, sua carreira começou a declinar com a não repetência de sucessos, escândalos e acusações - por mais absurdas que parecessem - de abuso sexual, hoje o astro completou 50 anos não como um ícone, mas como uma icógnita na minha opinião, assim como muitos, que chegam a um momento da vida e vivem apenas de glórias passadas e inglórias recentes.

Não só Michael Jackson, mas outros nomes passaram o mesmo. No meio cristão, infelizemente são muitos os exemplos de grandes homens e mulheres, usados por Deus no passado, que tiveram duras quedas, muitos não se recuperando, outros tentando se reerguer, mas sendo assombrados e cobrados por seus erros, não quero aqui bancar o inquisidor, acusando e julgando, mas prefiro enxergar tal situação por outra ótica, quem nós somos e o que somos? Ícones ou Icógnitas? A Bíblia é clara ao afirmar "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles prazer" (Ec 12.1), perdemos nosso tempo nos escondendo ou nos justificando nos outros, nos pastores, nos grandes líderes, pregadores, evangelistas, etc... é fato que muitos se inspiraram nas palavras, pregações e na própria pessoa de Billy Graham, mas ele não deixou de ter seus problemas, seu filho foi por um bom tempo, alguém que fazia o inverso do exemplo do pai, mas os frutos de Graham estão aí, mas não o "Grande Billy Graham", mas o homem Billy Graham, evangelista, pai de família, homem comum, soube ser um ícone para sua família, não importa para ele hoje ser lembrado como o grande evangelista das massas, mas o homem que procurou ser alguém que vivia a vontade de Deus! Conheci várias pessoas, que tiveram sua fé solidificada em Cristo através do exemplo simples de pais e avós, muitos que em sua pouca sabedoria souberam se tornar ícones a serem seguidos, e quando descansaram em Cristo, não foram lembrandos por seus grandes feitos em suas cidades, mas por aqueles que foram exemplos a serem seguidos. Que possamos ser assim, ícones que permanecem como exemplos, e não icógnitas, que com o chegar dos anos, se questionam sobre quem são, vivem acorrentados a fatos do passado e permanecem sem esperança, apenas se lamentando de não terem feito o melhor quando tiveram chance!

Kelsen Pio Belo Coelho