
Há alguns dias vi um debate na televisão, mais especificamente no “Programa do Jô”, numa quarta-feira com as “Meninas do Jô”, e a jornalista Ana Maria Tahan do Jornal do Brasil, fez uma crítica aos programas assistenciais do Governo Lula, dizendo que não adianta só dar o peixe não ensinar a pessoa a pescar – já notaram que qualquer um que quer bancar o sociólogo usa essa expressão? – e então a jornalista Lílian White Fibe respondeu o seguinte: “Não adianta ensinar uma pessoa a pescar se a lagoa está seca!”.
Isso me levou a refletir um pouco nessa questão, segundo estimativas, o Brasil tem 40 milhões de miseráveis, pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, abaixo das condições mínimas de sobrevivência, ou seja, no Brasil, os números são bem maiores, mas não parece nos abater!
Existe um problema entre os presidiários, chamado de “institucionalização”, após um longo tempo na cadeia, os presos estão tão integrados àquela rotina que não conseguem sair dela, ou enxergar que existe vida fora dela, não se adaptam à vida fora da cadeia e acabam voltando para ela, seja através do crime ou simplesmente voltam e não saem mais.
Será que não é isso que está ocorrendo com cada um de nós, nos acostumamos as nossas vidas, nosso cotidiano, nossa labuta, e para nós tais políticas parecem assistencialismo eleitoral, ficamos revoltados com a “farta” distribuição de renda a quem não tem nada – que se resume a uma ajuda entre R$40 e R$100 dependendo do(s) programa(s) – aplaudimos sociólogos que criticam tais programas, mas não conseguimos ver o outro lado da notícia, de pessoas, que sobrevivem com tão pouco e do quão importante é isso! Acredito que somos ingratos, pois se damos um duro danado, por que essas pessoas não vão procurar emprego para fazer valer o seu suor? Talvez porque o emprego que se ofereça seja morrer de fome e ser mais um número nas estatísticas.
Ai, ai......